O Papa introduziu sua homilia perguntando-se: “Somos realmente consagrados na realidade da nossa vida? Atuamos a partir de Deus e em comunhão com Jesus Cristo?”. E prosseguiu centrando-se na “situação algumas vezes dramática da Igreja de hoje” e citando de modo especial “um país europeu em que um grupo de sacerdotes publicou um apelo à desobediência”.
“Como sacerdotes, preocupamo-nos naturalmente com o homem inteiro, incluindo as suas necessidades físicas”, disse o papa, que concluiu lembrando que “as pessoas não devem ter a sensação que após cumprir nosso horário de trabalho pertencemo-nos apenas a nós mesmos. Um sacerdote nunca pertence a si mesmo”. E pediu ao Senhor que “nos encha com a alegria da sua mensagem, a fim que possamos servir, com jubiloso zelo, a sua verdade e o seu amor”.
No fim da tarde, na Basílica de São João de Latrão, Bento XVI presidiu a concelebração da Santa Missa da Ceia do Senhor, início do Tríduo Pascal. Durante a Liturgia, o Papa realizou o rito do lava-pés a doze sacerdotes da Diocese de Roma. No momento da apresentação das oferendas, foi confiada ao Santo Padre uma oferta humanitária para os refugiados da Síria. Na conclusão da celebração realizou-se a procissão com a reposição do Santíssimo Sacramento no altar da Capela de São Francisco.
Na homilia desta celebração, Bento XVI afirmou que a “Quinta-feira Santa não é apenas o dia da instituição da Santíssima Eucaristia, cujo esplendor se estende sem dúvida sobre tudo o mais, tudo atraindo, por assim dizer, para dentro dela. Faz parte da Quinta-feira Santa também a noite escura do Monte das Oliveiras, nela Se embrenhando Jesus com os seus discípulos; faz parte dela a solidão e o abandono vivido por Jesus, que, rezando, vai ao encontro da escuridão da morte; faz parte dela a traição de Judas e a prisão de Jesus, bem como a negação de Pedro; e ainda a acusação diante do Sinédrio e a entrega aos pagãos, a Pilatos”.
O Papa refletiu também sobre o conteúdo da súplica de Jesus. “Jesus luta com o Pai: melhor, luta consigo mesmo; e luta por nós. Sente angústia frente ao poder da morte. Este sentimento é, antes de mais nada, a turvação que prova o homem, e mesmo toda a criatura viva, em presença da morte.
Nesta Sexta-feira Santa, além de presidir a Liturgia da Paixão do Senhor às 15 horas – no horário de Roma, deverá participar também da tradicional Via Sacra, no Coliseu.
Fonte de pesquisa:Site CNBB
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